T w o b i r d s
Como dizia o velho Bukowski: “O amor é para aqueles que aguentam a sobrecarga psíquica”, é Buk, você estava certo, o amor é para aqueles que aguentam. Mas, o que lhes venho contar hoje, não é só mais uma reflexão e sim, um relato sobre o amor.
Depois de tantos muros e desilusões, nossos corações se fecham para o novo, cansa e simplesmente fecha as portas, e as janelas, e ao menor sinal de afeto, ele foge. E foi isso que aconteceu, até que apareceu um pássaro de asas quebradas como as minhas, e foi onde tudo começou.
No mesmo instante em que o vi pela primeira vez, soube que teríamos uma história, a qual construiríamos muito rápido. Muito parecidos, e, em simultâneo, muito diferentes. E na euforia de estarmos nos completando naquele momento, as coisas andaram mais que depressa. Em um piscar de olhos, estávamos trocando alianças, adotando gatos e plantas, e indo viver nossa vida juntos.
A vida às vezes tem dessas, nos coloca pessoas, as quais mudariam nossos dias para sempre. Como diz aquela frase: “Que seja eterno enquanto dure”, então, levados pela euforia do momento, e a paixão a flor da pele, dois pássaros curando suas asas, tentando voar juntos.
Mas como nem tudo são flores, as diferenças foram se tornando mais importantes, do que as semelhanças. Dois pássaros diferentes, no mesmo ninho, tentando se recuperar para voltar a voar. Nos amamos? Sim, e foi muito! Mas, foi tanto, e em uma intensidade avassaladora, que o amor se esgotou na mesma velocidade. E curados parcialmente, decidimos seguir para lados diferentes, voarmos em direções contrarias, levando conosco, o que juntos aprendemos. Não sabíamos, mas, no fundo, nossa missão era curar mutualmente.
Bukowski seu malandro, amar é para os fortes mesmo! Aceitar as diferenças e os defeitos do outro, crendo que algum deles vai lhe ensinar algo valioso. E para isso, você deve estar curado, e com seus valores bem definidos. Pois, amar, não é simplesmente carnal, é algo muito maior, é sobre aguentar a sobrecarga psíquica de viver por dois. É sobre saber a fraqueza do outro e não se aproveitar dela.
E, por que não deu certo?
Em uma sociedade liquida, onde tudo se modifica tão rápido, cada passagem em nossa vida, deixa algo de importante, que faz com que nosso aprendizado seja constante. Precisávamos nos curar de antigos amores e dores, e esse foi nosso grande amor. Observar a dor do outro e ajudar a curá-la com ternura.
Que seja eterno enquanto dure! Melhor do que ser para sempre, é fazer a diferença enquanto presente, é somar e fluir, enquanto existir.